domingo, 23 de março de 2008

USP-2006 PRAÇA DO RELÓGIO


E.E.DEP. GERALDINO SANTOS (3º EJA)


7º Ano


" O professor é aquele que faz brotar duas idéias onde antes só havia uma". Autor: (Elbert Hubbard)

6º ANO B


"O verdadeiro professor defende os seus alunos contra a sua própria influência".Autor: (Amos Alcott)

6º Ano A


"Sua tarefa é cuidar que o aluno aprenda. Sua glória é o aluno que sabe pensar". Autor: (Pedro Demo)

Vídeo: Sobre laranjas

Uma pequena discussão Filosófica entre crianças

http://br.youtube.com/watch?v=D_UGbAoVCpI

MENOS VERDE, MAIS AMARELO...

.Dia da Independência do Brasil, véspera da eleição 2006.Um dia que prevalece as cores verde e amarelo, mas não tão verde como antes, afinal nossa rica floresta desaparece a cada dia, enquanto que outras verdinhas engordam as contas bancárias e cuecas de políticos corruptos.Menos verde, porém um pouco mais amarelo.Como foi dito é véspera de eleição e o amarelo prevalece. É só assistir as propagandas políticas e ver o amarelo estampado no sorriso dos candidatos.
No que diz respeito à eleição é necessário salientar a seguinte questão:
Pesquisas revelam que o eleitorado brasileiro prioriza o voto para presidente da república, no entanto os demais cargos é votado de qualquer maneira.Poucas pessoas se lembram o candidato escolhido para senador ou deputado na eleição passada, sendo este um dos principais fatores que encandeiam o câncer na política brasileira.Parlamentares que fazem “troca-troca” de partidos, coligações visando interesse pessoal, representam a maior parte de políticos envolvidos em corrupção.
Está circulando nos veículos de comunicação uma lista com cento e quarenta parlamentares envolvidos em corrupção ou sob suspeita de corrupção, cabe ao eleitor fazer uma boa seleção e não votar nestes candidatos.Segundo pesquisas recentes, ganha o vermelho. Seria vermelho de vergonha ou de raiva?

Educação, um instrumento de libertação do Homem

O idealismo é uma das filosofias mais antiga do pensamento ocidental, tendo Platão como seu maior representante na antiga Grécia. Os idealistas dão um valor absoluto às idéias, afirmando que elas determinam a realidade. Um dos equívocos dos idealistas foi afirmar que a realidade resulta da consciência ,diferente de outros pensadores que se opõem a esta corrente de pensamento, mostrando que elas são criadas historicamente pela espécie humana conforme suas necessidades.Segundo Karl Marx (1818-1883) “Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência”.
As pessoas formam seu conjunto de idéias baseadas no senso comum, ou seja, sem reflexão, rigorosidade, criticidade, fazendo surgir a ideologia,e esta segundo J. Gabel é a constatação sistematizada que a falsa consciência elabora para justificar a sua alienação.Todos nós temos ideologia e julgamos que nossas idéias refletem sempre a realidade, mas não percebemos que muitas dessas idéias foram colocadas em nossas cabeças através da educação familiar, televisão, jornais, moda, religião etc. Estas e outras instituições citadas, geralmente são controlada pela classe dominante, o que implica na predominante ideologia das classes mais poderosas, gerando uma classe dominada conformada, acreditando com naturalidade que sempre haverá ricos e pobres.Face a esta situação, concluímos que tudo o que vemos ao nosso redor não é realmente o que aparenta ser, e provavelmente não enxergamos a realidade.A sociedade brasileira necessita de óculos para corrigir esta visão distorcida, e este óculos chama pelo nome de filosofia, Nietzche dizia que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver.
Numa sociedade cujas verdades é fundamentada no senso comum, a filosofia ri daquilo que comumente se considera sagrado. Cabe a ela denunciar como duvidoso aquilo que parece ser inabalável. Ao contrário da ciência, ela não tem objeto determinado, mas sim se dirige a qualquer aspecto da realidade, desde que seja problemático.Onde a ciência para e não há mais questionamento, aí entra a filosofia para investigar.Ela provoca um certo desconforto no homem. “Fazer com que os homens se sintam desconfortáveis, eis minha tarefa”, afirmava Nietzsche. Não foi a toa que Sócrates se viu obrigado a beber cicuta.
Admitindo que a filosofia se dedica à reflexão (radical, rigorosa e globalizadora) sobre os problemas que a realidade apresenta, analogicamente podemos afirmar que a Filosofia da Educação consiste na reflexão sobre os problemas educacionais, e esta não estabelece métodos, técnicas ou meios de educação. Seu objeto não é a pedagogia, sociologia, psicologia, mas sim os problemas da realidade educacional. Segundo Saviani, esta não terá como função fixar a priori “princípios” e objetivos para educação.(... Sua função será acompanhar reflexiva e criticamente a atividade educacional... ”(SAVIANI, D. Educação. P.29.)
Frente à concepção de escola e educação que temos, a filosofia da Educação faz as seguintes perguntas: O homem necessita ser educado? O que é educação? A educação pode ser usada como instrumento de libertação do homem? Qual a corrente ideológica e política por trás da educação atual?
Ao falar de escola, Ruben Alves faz referência a Estória de Pinóquio ao contrário: não a estória do Pinóquio que é um boneco de madeira ao qual a escola transforma num menino de carne e osso com alma de gente,mas a estória do menino de carne e osso e alma de gente ao qual a escola transforma num adulto de madeira, rígido e triste como Pinóquio.
( ALVES, R. A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir.Papirus Editora.P 26)(...) “Nossas escolas são construídas segundo o modelo das linhas de montagens. Escolas são fábricas organizadas para a produção de unidades biopsicológica móveis, portadoras de conhecimento e habilidades. Esses conhecimentos e habilidades são definidos exteriormente por agências governamentais a que se conferiu autoridades para isso. Os modelos conferidos por tais agências são obrigatórios, e têm a forças de leis. Unidades biopsicológicas móveis, que, ao final do processo, não estejam de acordo com tais modelos são descartadas. Não havendo passado no teste de qualidade-igualdade, elas não recebem os certificados de excelência ISO-12000, vulgarmente denominados diplomas. Unidades biopsicológicas móveis são aquilo que vulgarmente recebe o nome de ”alunos”.
( ALVES, R. A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir.Papirus Editora.P 36)
A educação também integra o processo de dominação, não só através do currículo explícito (referente à transmissão do saber ao aluno), mas principalmente do currículo oculto (transmissão dos valores) que a escola integra o poder de dominação.Como afirmou Paulo Freire,“ Eu diria que ler, escrever e saber matemática tem pouco a ver com a razão para qual existem escolas, e que razão pelas quais continuam existindo se relaciona mais com outras funções sociais.A escola é, provavelmente , o primeiro lugar onde se aprende a obedecer aqueles que não são de sua família .Ser pontuais e ordenados, deixar de lado os próprios gostos ou a gratificação,realizar uma tarefa e obter as recompensas muito mais tarde,suprimir a hostilidade e a frustração , não reagir por maior que sejam as agressões,que sofram, sentar-se e levantar a mão até que sejam atendidas e não distinguir-se como um tipo especial de pessoa, aprendendo a fazer tudo isso de forma pública”( FREIRE, P. e ILLICH, I . Diálogo. Buenos Aires , Busqueda 1975. p. 70)
Outros filósofos contemporâneos também causaram desconforto frente à educação atual.”A educação é irrelevante”. ( Narshall Mcluban).”A escola educa para o absoleto” ( Norbert Wiener ).”A escola não desenvolve a inteligência”( Jerome Bruner ).”A escola está baseada no medo”.( Jonh Holt ). Se por um lado estes filósofos denunciam como duvidoso a educação inabalável constituída pelas instituições oficiais, por outro lado, além de denunciar, é preciso apresentar elementos de reflexão e análise para respostas.A escola pode integrar o processo de resistência desta dominação, contribuindo para uma prática social transformadora. É necessário que os professores se assumam como educadores políticos e educadores filósofos para libertação do homem.Minha concepção de escola reza que ela precisa ter uma função política, pois só assim poderá lutar por melhor condições de vida, contribuir para formação de dirigentes políticos representantes das classes populares, elevar o nível de consciência das pessoas, socializar o conhecimento.
(...) A libertação, por isso, é um parto. E um parto doloroso.O Homem que nasce deste parto é um homem novo que só é viável na e pela superação da contradição opressores-opromidos, que é a libertação de todos.(FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1979. p.32-7)