sábado, 10 de setembro de 2011


Dr. Sócrates e a Democracia Corinthiana





Em plena ditadura militar, um clube brasileiro conseguiu alterar as regras do jogo. Não almejava apenas títulos, mas condições dignas de trabalho baseadas no diálogo e no respeito. Através de decisões coletivas, o grupo reparte igualmente responsabilidades e cumplicidade. Alcançou visibilidade e capacidade de provocar a reflexão em uma sociedade que lutava contra a opressão da ditadura militar. O futebol, taxado de alienante, se fez como um mecanismo de mobilização social e ergueu a bandeira da democracia, ou melhor, uma “Democracia Corinthiana!”.

 
Após uma modesta campanha no Brasileirão de 1981, Vicente Matheus deixa a presidência, assumindo Waldemar Pires. Após a posse de Pires, é nomeado diretor de futebol o sociólogo Adilson Monteiro Alves, que adotou como política de gestão a participação ativa dos jogadores. Nasce a Democracia Corinthiana, um sistema de autogestão orientada pelos jogadores, comissão técnica e diretoria. Estes decidiam os rumos do departamento de futebol pelo voto direto. Contratações, demissões, escalação, concentração, enfim, tudo era decidido pelos trabalhadores. Do presidente ao roupeiro, todos os votos tinham o mesmo peso nas decisões. Em plena ditadura militar, o time do povo, com a maior torcida do país, começa a discutir política e colocar em debate o porquê de uma ditadura militar.

O Doutor Sócrates entra e lidera o movimento. Faz do futebol uma política e inicia-se a Democracia Corintiana. Segundo José Paulo Florenzano, mestre e doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP, Sócrates foi um dos principais personagens deste fato social.
“No caminho contrário daqueles que pensavam e pensam que o jogador de futebol tem que realizar a sua função dentro de campo, para Sócrates, um dos protagonistas da Democracia Corintiana, era necessário que o atleta pensasse.” (Florenzano, 2009)

            Outro fator relevante foi a desmistificação da dependência direta dos patrocínios de camisa. Durante a democracia, as camisas carregavam dizeres políticos como diretas já” ou “eu quero votar para presidente”, trazendo para o futebol a consciência política que já se desenvolvia há anos em outros setores da sociedade, ligados a diversos movimentos sociais durante a ditadura militar brasileira.
O resultado não poderia ser melhor, além de ajudar a restabelecer a democracia no país, o Corinthians conquistou dois campeonatos paulistas (1982 e 1983) e chegou as fases finais da Taça de Ouro.Inúmeras pessoas públicas acabaram aderindo à causa do time, que extrapolou o “campo de futebol” e começou a fazer campanhas pelas Diretas Já. Com influência direta de Washington Olivetto, fizeram com que o público do futebol também debatesse sobre o movimento de abertura política. Osmar Santos, Juca Kfouri e Rita Lee vestiram a camisa da Democracia Corinthiana. Sócrates, Casagrande e Wladimir subiam em palanques e discursavam sobre as diretas ao lado de políticos e figuras públicas.

Um movimento único na história do futebol mundial, nunca depois repetido e com grande influência para o movimento das Diretas Já. A partir desse movimento, o Corinthians foi o primeiro time a usar a camisa com dizeres publicitários.
Por sugestão do Washington Olivetto, jogos antes da eleição de 15 de novembro de 1982, o time foi a campo com duas camisas: uma com a inscrição "Dia 15 vote" e a outra com "Democracia Corinthiana".
A ideia era fazer uma campanha incentivando a população a votar em candidatos de oposição à ditadura. E isso foi passado ao povo como a faixa escrita: “anistia ampla, geral e irrestrita", que foi levantada no meio dos Gaviões, onde a polícia tinha difícil acesso e nunca saberia quem eram os responsáveis por aquilo.

Este fato social aborda, portanto, a articulação de dois eixos, a saber: de um lado, o da análise interna do campo de forças do futebol brasileiro, resgatando as resistências, as rebeldias e as práticas que tornaram possível operar uma inversão nas relações de poder; e, de outro lado, o de uma história aberta do futebol, capaz de apontar as conexões entre a experiência democrática no Corinthians e os movimentos sociais, políticos e culturais em curso no quadro da redemocratização da sociedade.
A Democracia Corinthiana representa a brecha antropológica no universo do futebol brasileiro, criando novas significações imaginárias sociais, descortinando outras possibilidades do ser atleta, ampliando os sentidos do jogar bola e tecendo as jogadas indefinidas do trabalho de reinventar a liberdade.
Livros sugeridos


ALBRECHT, Jeferson. Fiel torcida Corinthiana - Um Fenômeno Sociológico. 

Ponto da Cultura Editora Ltda. ISBN: 978-85-8097-009-8
FLORENZANO, José Paulo. A Democracia Corinthiana: Práticas de Liberdade no Futebol Brasileiro .  Educ.2009.
SOCRATES & GOZZI. Bíblia do Corintiano: Livro e Documentos Históricos de um Centenário de Conquistas-Democracia Corintiana – A Utopia em Jogo. Boitempo

sábado, 23 de julho de 2011

MAÇONARIA E O PROTESTANTISMO NO BRASIL


A ausência de conhecimento a determinados fatos fazem com que muitas pessoas se deixem influenciar por opiniões completamente pervertidas acerca desses fatos. É o que acontece em relação à Maçonaria. Algumas instituições religiosas, em especial evangélicas, não aprovam os princípios maçônicos e alegam que a organização tem origem satânica, e que os maçons têm pacto com o tinhoso. Infelizmente muitos evangélicos fazem coro com isso, promovendo a intolerância e a desinformação.
 O presente artigo visa mostrar que a Maçonaria, com a proposta de unir os homens e as religiões, contribuiu para o avanço e fixação de um ramo do Cristianismo em solo brasileiro: o protestantismo. É necessário salientar que quando faço uso da palavra “protestantismo” não faço referência as inescrupulosas igrejas neo-pentecostais “caça-níqueis” que após a década de setenta se instalaram no Brasil e envergonham o evangelismo neste país.
 A Maçonaria Moderna muito contribuiu para que o Movimento Protestante se implantasse em solos tupiniquins. A madre igreja Católica entrou em guerra contra a maçonaria no século XVIII, misteriosamente na mesma data do início da vinda de missionários protestantes ao Brasil. Supõe-se que os maçons pretendiam sabotar o domínio católico através disso. Não fosse a maçonaria, o movimento protestante no Brasil não teria sequer começado.
No Brasil, o início da maçonaria se deu em meados de 1800, pouco antes da vinda do protestantismo para estas terras. O Primeiro Pastor Batista Brasileiro foi um maçom, que além de ter sido batizado por um Pastor que também era Maçom, foi ainda consagrado ao “Ministério da Palavra" no salão da Loja Maçônica. 

A profissão de fé e a consagração tiveram lugar no salão da loja Maçônica , na Vila de Santa Bárbara, com a presença de norte-americanos e brasileiros, tal como diz o documento. (OLIVEIRA, 1985, p. 125).


Outro ilustre protestante maçom foi o pastor e missionário Salomão Luiz Ginsburg, membro de diversos templos maçônicos na Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e Espírito Santo, fundador do Templo Maçônico “Auxílio à Virtude”.  Em seu trabalho missionário, foi responsável pela criação de várias igrejas batistas na região, com especial destaque para as de São Fidelis e Macaé. Foi responsável também pelos 581 hinos reunidos no “Cantor Cristão”, hinário adotado pelas igrejas batistas, no qual 87 hinos são de sua autoria ou foram por ele traduzidos ou adaptados de outras línguas. Em 1921 publicou o seu livro autobiografico.Encontra-se em algumas partes de seu relato a descrição de sua condição de Maçom.

Como um raio de luz, veio-me o pensamento de fazer o sinal de perigo da Maçonaria. Seria possível que naquele lugar houvesse um irmão maçom? Tentei o sinal, e pareceu-me como se alguém estivesse esperando o isso, pois, em menos de cinco minutos, cerca de meia dúzia de homens se aproximou de mim e me rodeou e me disse que me veio buscar para a sua casa. Logo fiquei livre e seguramente instalado em uma das melhores residências da cidade, protegido por soldados, com suas carabinas de prontidão. Agradeci ao meu Pai Celeste pelo livramento que me deu tão maravilhosamente daquela multidão enfurecida. (GINSBURG, 1970, p. 82).


Em outras circunstâncias também encontramos laços estreitos entre Maçonaria e Presbiterianismo no Brasil, apresentando algumas das várias formas em que, amigavelmente, a Maçonaria contribuiu para a inclusão desta tradição reformada no Brasil do século XIX. 
A histórica relação da Maçonaria e da Igreja Presbiteriana do Brasil se consolidou em uma relação de amizade e fraternidade cristã, de respeito à liberdade de pensamento e de consciência, de civilidade no trato da profissão de fé cristã, herdeira da Reforma Protestante, do século XVI.
 O livro "O Evangelho e a Maçonaria – Uma Parceria que deu certo no Brasil", do irmão Athos Vieira de Andrade – Presbítero da Primeira Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte e Grão Mestre do Grande Oriente de Minas Gerais reforça esta relação com as seguintes palavras:


“Portanto, aproveito esta oportunidade para agradecer a Deus, neste mês dos 146 Anos da Igreja Presbiteriana do Brasil, a consideração da Maçonaria, pela implantação da nossa Igreja em nosso país, no tempo do Império marcado pela turbulência política, na implantação da República e da intolerância à liberdade de pensamento e religiosa.”


Hoje se fala muito em “ecumenismo”, como forma de resposta aos conflitos religiosos; contudo, a maçonaria foi a primeira entidade em que a fé individual foi utilizada como instrumento de integração, e não como combustível para sangrentas guerras, provando que todos somos filhos do mesmo Criador, ou seja: irmãos, e podemos viver realmente como tais, independente da religião a que pertençamos.

REFERÊNCIAS
GINSBURG, S. Um judeu errante no Brasil. Edição da Casa Publicadora Batista, 1970
OLIVEIRA, B. Centelha em Restolho Seco: Uma contribuição para a história dos primórdios. Rio de Janeiro: Edição da Autora, 1985


sexta-feira, 15 de julho de 2011

O que NÃO É Filosofia

Após anos frequentando a faculdade de filosofia, lembro de ter ouvido poucas definições sobre o termo “filosofia” nestas suntuosas aulas, visto que os doutores tomavam os devidos cuidados para não cometerem imprecisão. Porém são constantes as definições proferidas pelos rumores do senso comum em nosso cotidiano. O interessante é que nenhuma delas parece cumprir com a tarefa a qual se propõem.
Quantas sandices temos que aturar em colóquios de mesas de botequins com as clássicas “discussões filosóficas” que sempre terminam em conformidade e muitas cervejas; em conversas com sábios anciões que ao descobrirem que o indivíduo com quem estão discutindo cursa Filosofia proferem pérolas como: “Pois é meu filho, também tenho minhas filosofias”. Por isso vamos tentar esgotar aqui os equívocos sobre o que seja Filosofia, e o que só é possível por meio de sustentações teóricas.
Aqui, portanto, começamos a falar sobre o que não é filosofia. O que “não é” pode indicar uma pista para “o que é”. Ao analisarmos um trecho do livro “O que é a Filosofia?” de Gilles Deleuze e Felix Guatarri, poderemos pelo menos ter a idéia do que não é filosofia:
“Ela não é contemplação, nem reflexão, nem comunicação, mesmo se ela pôde acreditar ser ora uma, ora outra coisa, em razão da capacidade que toda disciplina tem de engendrar suas próprias ilusões, e de se esconder atrás de uma névoa que ela emite especialmente. Ela não é contemplação, pois as contemplações são as coisas elas mesmas enquanto vistas na criação de seus próprios conceitos. Ela não é reflexão, porque ninguém precisa de filosofia para refletir sobre o que quer que seja: acredita-se dar muito à filosofia fazendo dela a arte da reflexão, mas retira-se tudo dela, pois os matemáticos como tais não esperam jamais os filósofos para refletir sobre a matemática, nem os artistas sobre a pintura ou a música; dizer que eles se tornam então filósofos é uma brincadeira de mau gosto, já que sua reflexão pertence a sua criação respectiva. E a filosofia não encontra nenhum refúgio último na comunicação, que não trabalha em potência a não ser de opiniões, para criar o “consenso” e não o conceito.”
No recinto escolar é comum o professor iniciar o estudo de uma nova disciplina dando-lhe o conceito. Neste artigo não vamos proceder como se faz no estudo destas disciplinas, pois a filosofia é dessemelhante. Primeiro porque é implexo definir filosofia, afinal o conceito será sempre aproximativo. Além disso, por ser abreviada a definição, sempre é deixado algo de fora, ficando sempre alguma explicação a ser dada; toda definição é uma tentativa de "por um fim" na discussão, mas a filosofia está sempre iniciando uma nova discussão, portanto não lhe cabe uma definição.
Em suma, filosofia não é para a auto-realização e tão pouco para a auto-ajuda. Filosofia é o questionamento do mundo, das coisas como elas são e como poderiam ser se não fossem do jeito que são.  Segundo Osvaldo Giacoia Junior, professor de Filosofia da Unicamp, com pós-doutorado na Alemanha, a vulgarização excessiva da Filosofia dilui seus conteúdos, dissolve a sua especificidade e a transforma em uma espécie de mercadoria de auto-ajuda.
A literatura de auto-ajuda se apropria da Filosofia, deixando-a barata e comestível, ou melhor, consumível. Essa “literatura barata” fala o que as pessoas querem ouvir para aprenderem a gostar de si mesmas e “se darem bem na vida”, como os escritores desta literatura, que angariam muito dinheiro. Filosofia é a investigação racional e crítica dos princípios universais, pautada na ânsia de conhecimento. Esta área de estudos envolve a investigação, a argumentação, a análise, discussão, formação e reflexão das ideias sobre o mundo, o homem e o ser. Originou-se da inquietude procriada pela curiosidade em compreender e questionar os valores e as interpretações aceitas sobre a realidade dadas pelo senso comum e pela tradição. Contrário a estes aspectos, a literatura de Auto- ajuda se vale de clichês e do senso comum. Este tipo de texto é para pessoas que querem calar seu espírito e suas dúvidas interiores; filosofia é para quem quer dar vazão a eles.
O fato é que muito se fala sobre filosofia, entretanto nem tudo corresponde à verdade. O que se diz é uma visão, uma versão, um ponto de vista. Em primeiro lugar é importante dizer que nem tudo aquilo que popularmente é afirmado sobre filosofia corresponde à verdade. Vejamos, portanto, algumas falsas concepções.
FILOSOFIA DE VIDA
Essa expressão é utilizada para designar um determinado “jeito de viver”, um estilo de vida, uma concepção de mundo e de vida. Não é filosofia.
PENSAMENTOS, FRASES E PROVÉRBIOS 
Toda aquela parafernália de frases, pensamentos, provérbios: tudo isso é usado para produzir um efeito especial, mas não se constitui filosofia. Mesmo que a frase tenha sido retirada de um texto filosófico ou tenha sido escrita por um filósofo. Até mesmo um livro de filosofia não é considerado filosofia. A partir da frase, do provérbio ou do pensamento podemos fazer uma discussão ou análise filosófica. Mas isso não faz da frase ou do pensamento, filosofia. A análise pode ser filosófica, mas o provérbio continua sendo apenas um provérbio, bonito, porém apenas um provérbio. Não importa a interpretação que se faça da frase, do pensamento ou do provérbio, eles continuam não sendo filosofia.
OPINIÕES ESTEREOTIPADAS
São equivocadas as opiniões estereotipadas que apresentam visões distorcidas ou irônicas sobre a filosofia. Exemplo: A filosofia é "difícil ou complicada"; que é "coisa de doido"; que é "coisa de intelectual". Afirmar que a Filosofia é difícil ou complicada é instalar-se no comodismo, negando a capacidade humana de progredir. Não nos esqueçamos que foram justamente as dificuldades e complexidades que fizeram o homem sair das cavernas para conquistar a tecnologia. O progresso humano não é feito por facilidades, mas por dificuldades. Assim sendo, esse tipo de afirmação não depõe contra, mas a favor da filosofia. Ela está ai para ajudar os seres humanos a serem melhores e melhorarem suas condições de vida.
Filosofia é "coisa de doido". Essa é uma afirmação contraditória por princípio. Dizemos que a "loucura" é incoerente. Como a filosofia busca a coerência, dizer que ela é coisa de maluco é uma contradição. Como determinar o que é loucura e o que é sanidade? A loucura de um pode ser a sanidade de outro. Como saber se o ato, considerado louco, na realidade não é sano e coerente? Quem são os loucos: aqueles a quem o senso comum assim considera ou as pessoas que convivem conosco no dia-a-dia? Ou você não considera loucura, num clima quente como o nosso, vestir um paletó, colocar uma gravata, entrar numa sala, fechar a porta, começar a transpirar de calor e ligar ar condicionado? Não é loucura o que fazem algumas pessoas que trabalham "o tempo todo" e não se dão o direito de lazer, ou de usufruir dos resultados do trabalho? Filosofia é coisa de intelectual. – Esta afirmação nega a capacidade reflexiva que está presente em todas as pessoas. O que é "ser intelectual?" No senso comum, não está claro, mas tende-se a chamar de intelectual a pessoa que é considerada inteligente, que estudou bastante, que é considerada sábia. Mas chamar essas pessoas de intelectuais e dizer que a filosofia lhes é "própria" é considerar que as outras pessoas não têm capacidade de reflexão, de estudo, de aprender... Todos os seres humanos são capazes de pensar, de raciocinar, de crescer intelectualmente.
O termo Φιλοσοφία vem do grego e significa literalmente “amor à sabedoria”,  e entre outras definições pode ser considerado o estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem.

ALGUMAS DEFINIÇÕES
“Filosofia significa o estudo da sabedoria.” René Descartes
“Filosofia é o conhecimento causal e a utilização desse em benefício do homem.” Thomas Hobbes
“Filosofia é a ciência da relação do conhecimento finalidade essencial da razão humana, que é a felicidade universal; portanto, a Filosofia relaciona tudo com a sabedoria, mas através da ciência.” Immanuel Kant
“Filosofia é a vida voluntária no meio do gelo e nas altas montanhas – a procura de tudo o que é estranho e problemático na existência, de tudo o que até agora foi banido pela moral." Friedrich Nietzsche
“Filosofia é a crítica dos valores, das crenças, das instituições, dos costumes, das políticas, no que se refere seu alcance sobre os bens.” John Dewey

domingo, 6 de março de 2011

VERDADES ESCONDIDAS POR TRÁS DAS MÁSCARAS CARNAVALESCAS


VERDADES ESCONDIDAS POR TRÁS DAS MÁSCARAS CARNAVALESCAS
A jornalista Rachel Sheherazade causou polêmica ao “tecer comentários” sobre a festa do Carnaval brasileiro. Na realidade falta profissional deste gabarito para apresentar o Jornal Nacional da rede globo, haja vista que esta emissora muito contribuiu para o processo de “idiotização” da sociedade brasileira. Para Rachel o carnaval nada mais é do que um festival de mentiras, onde todas as verdades se encontram escondidas por trás das fantasias, retocadas com pó de arroz pela mídia.
Algumas falsas concepções aceitas como verdade pela nossa sociedade.
1º O carnaval é uma festa genuinamente brasileira. Falso.
 O carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C.. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Posteriormente, os gregos e romanos inseriram bebidas e práticas sexuais na festa, tornando-a intolerável aos olhos da Igreja. Com o passar do tempo, o carnaval passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica. Até então, o carnaval era uma festa condenada pela Igreja por suas realizações em canto e dança que aos olhos cristãos eram atos pecaminosos.  A partir da adoção do carnaval por parte da Igreja, a festa passou a ser comemorada através de cultos oficiais, o que bania os “atos pecaminosos”. Em meados de 1723, o carnaval chegou ao Brasil sob influência européia. Ocorria através de desfiles de pessoas fantasiadas e mascaradas. Somente no século XIX que os blocos carnavalescos surgiram com carros decorados e pessoas fantasiadas de forma semelhante à de hoje, ou seja, a festa não é genuinamente brasileira.
2º O carnaval é uma festa popular. Falso.
O carnaval virou negócio da classe dominante (mega-empresários) com seus camarotes Vips, festas privadas, blocos carnavalescos. A propósito os blocos carnavalescos nordestinos vivem à custa do poder público, dinheiro que o pobre contribui por meio da grande máquina chamada estado.  Todas as atrações que sobem no grande picadeiro, digo no grande trio elétrico, sobe não pelo fato de o carnaval ser uma festa popular democrática, mas sim por altíssimos cachês, pago com o nosso dinheiro. Enquanto isto, pobres e até miseráveis enchem os olhos ao ver esta política de pão e circo (geralmente falta o pão) através da TV.
3º O carnaval faz girar a economia do país, e os pequenos comerciantes conseguem vender suas latinhas de cerveja aumentando o seu faturamento. Falso
O carnaval só “dá lucro” para donos de cervejaria, proprietários de trio elétrico, emissora de televisão e alguns artistas. No mais é só prejuízo. São gastos milhões de reais (nosso dinheiro) por conta dos acidentes automobilísticos causados por foliões embriagados nas estradas, milhões de reais são pagos em indenizações por causa-morte ou invalidez decorrentes destes acidentes. Com o nosso dinheiro são disponibilizados centenas de ambulâncias para socorrer foliões bêbados e violentos que se metem em brigas e quebra-quebra.
Onde estão estas mesmas ambulâncias quando uma mãe precisa socorrer seu filho. Quando um trabalhador necessita de socorro. Quando um idoso carece de atendimento?
Centenas de policiais em pé e à ordem para garantir a segurança desta baderna, enquanto no dia-dia o cidadão de bem não pode exercer seu direito de ir e vir.     Com o nosso dinheiro é pago indenizações por causa-morte ou invalidez decorrentes destes acidentes. 


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Escola Gaiola



Escola Gaiola

A escola gaiola carece transmitir conteúdos
Para adestrar mão de obra e apertadores de parafusos
A escola toca o sinal tal qual a linha de montagem
Discentes alienados adestrados para a Passividade

A escola prisão com sua grade curricular
Composta por séries, disciplina e vestibular
A escola de massa moderada na fragmentação
Como penalidade faz uso da avaliação

A escola seriada, antiquada na contra mão
Reformatório fragmentado evidente na repetição
Seus gestores desvairados no seio da tradição



Na sala de aula o contraponto desta prisão
Convalida a existência insana desta aberração
O mestre adestra a mão de obra para o lucro do  patrão 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

BÍBLIA, A PALAVRA DE DEUS OU PALAVRAS DE HOMENS?


A bíblia sagrada é o texto religioso central do judaísmo e do cristianismo. O livro é o resultado de longa experiência religiosa do povo de Israel.
É o registro de várias pessoas, realizado em diversos lugares, em contextos diversos. Acredita-se que foi escrita ao longo de um período de 1.600 anos por cerca de dezenas de homens das mais diversas profissões, origens culturais e classes sociais.
Para ler a bíblia adequadamente é necessário ter um grau de discernimento, conhecimento e principalmente se abster do pensamento “dogmático”, ou seja, se abster das “verdades absolutas”, logo é preciso tomar alguns cuidados. O texto deve ser interpretado em seu contexto e nunca isoladamente. Deve-se buscar a intenção do escritor, e não interpretar a intenção do autor. A análise do idioma original (hebraico, aramaico, grego comum) é importante para se captar o melhor sentido dos termos ou as suas possíveis variantes.

Outro fato relevante é o caráter “alegórico” que os textos bíblicos apresentam. Muitas passagens fantásticas na verdade apresentam uma situação simbólica que se for tratada ao “pé da letra” poderá ofender o intelecto.
Caso o leitor não tome estes cuidados, a leitura pode trazer má interpretação e influenciar o religioso de maneira negativa e vexatória. Seguem abaixo algumas passagens que podem criar problemas ao serem lidas de modo literal, descontextualizado e inadequado. Ao ler estas passagens de maneira inadequada o leitor poderia levantar os seguintes questionamentos:
Deus apoia a escravidão? Deus é um ser machista, injusto e tirano?

A Bíblia acerca da escravidão

"Escravos, obedecei em tudo aos vossos senhores terrenos, não só sob o seu olhar, como se os servísseis para agradar aos homens, mas com simplicidade de coração, por temor de Deus".  Colossenses 3:22 

“Todos os escravos devem considerar os seus senhores dignos de toda a honra, para que não se fale mal do nome de Deus. I Timóteo 6:1 

“Escravos, obedeçam aos vossos senhores.”  Efésios 6:5 

“Os escravos devem estar submissos em tudo aos   senhores. Que lhes sejam agradáveis, não os contradigam, não roubem.”  Tito 2:9-10 

"Se alguém ferir seu escravo ou sua escrava com um bastão e morrer sob suas mãos, seja punido severamente, mas se sobreviver um ou dois dias, não seja punido, porque é seu dinheiro" Êxodo 21:20-21 



A Bíblia sobre as mulheres 

Deus disse à mulher: "Multiplicarei grandemente os teus sofrimentos e a tua gravidez; darás à luz teus filhos entre dores; contudo, sentir-te-ás atraída para o teu marido, e ele te dominará". Gênesis 3:16 


“Se uma mulher der à luz um menino ela ficará impura por sete dias. Mas se nascer uma menina, então ficará impura por duas semanas. Levítico12:2-8 

"Mulheres, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor" 
- Colossenses 3:18 



“As mulheres tem de ser submissas aos vossos maridos.”  I Pedro 3:1 


“Os maridos devem permitir que as suas mulheres, que são de um sexo mais frágil, possam orar. “ I Pedro 3:7 

“A cabeça do homem é Cristo, a cabeça da mulher é o homem e a cabeça de Cristo é Deus.” I Coríntios 11:3 

“O homem não foi criado para a mulher, mas a mulher para o homem.” 
- I Coríntios 11:9 

“As mulheres devem ficar caladas nas assembléias de todas as igrejas dos santos, pois devem estar submissas, como diz a lei.” I Coríntios 14:34 

“Se a mulher trair o seu marido, ela será feita em objeto de maldição pelo Senhor, sua coxa irá descair e seu ventre inchará.” Números 5:20-27 

“Se uma jovem é dada por esposa a um homem e este descobre que ela não é virgem, então será levada para a entrada da casa de seu pai e a apedrejarão até a morte.   Haja pedra!     Deuteronômio 22:20-21 

"É  melhor  alojar-se  num  canto   do terraço,  do  que  com  mulher  rixenta  em casa espaçosa". Provérbios 25:24 

“Que a mulher aprenda em silêncio, com total submissão. A mulher não poderá ensinar nem dominar o homem.” I Timóteo 2:11-12 

“O marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja. Do mesmo modo que a igreja é submissa a  Cristo, assim também  as  mulheres sejam  em tudo aos maridos.” - Efésios 5:22-24 

Atrocidades e Absurdos na Bíblia 

"E, se o Senhor, teu Deus, a entregar nas tuas mãos, passarás a fio de  espada todos os seus varões. As mulheres,  porém, as crianças, o gado   e tudo  o que   houver na cidade, todos os seus despojos, os tomarás para ti, e desfrutarás da presa dos teus  inimigos, que o Senhor, teu Deus, te houver entregue".  Deuteronômio 20:13-14 


"E comerás um biscoito de cevada, a qual cozerás, à vista deles, com excrementos humanos."  Ezequiel 4:12 

"Bravo o que tomar os seus filhinhos e os esmagar contra uma pedra!" 
- Salmos 137:9 

"Não deixarás viver nenhuma feiticeira." 
- Êxodo 22:17 

[Moisés para os seus soldados:] "Agora, pois, matai todos os varões de entre as crianças e toda a mulher que tenha tido relações com homem; mas conservai com vida, para vós, todas as donzelas que não tenham conhecido varão."  Números 31:17-18 

"Aos que crerem acompanhá-los-ão estes milagres: em meu nome expulsarão demônios, falarão novas línguas, pegarão em serpentes e, se beberem algum veneno mortífero, não lhes fará mal, imporão as mãos aos doentes, e eles recobrarão a saúde."  Marcos 16:17-18 

"Não cortareis o cabelo em redondo, nem rapareis os cantos da barba. Não fareis incisões no corpo em sinal de luto, nem usareis tatuagem alguma no corpo. Eu sou o Senhor."  Levítico 19:27-28 

"Eis que vos quebrantarei o braço e atirar-vos-ei ao rosto as fezes das vítimas que vos imolai nas solenidades, e sereis lançados fora com elas." 
- Malaquias 2:3 

"Respondeu-me ele: Vê, concedo-te esterco de boi em lugar de excrementos humanos, e cozerás sobre ele o teu pão."  Ezequiel 4:15 

"Mas o copeiro-mór  respondeu: Porventura foi  ao  teu amo e a ti que  meu  senhor me enviou para dizer estas coisas? Não foi antes aos homens que estão sobre as muralhas e que, como vós, terão de comer os próprios excrementos e beber a própria urina?”Isaías 36:12 
A interpretação ao “pé da letra” destes trechos pode suscitar a ira, descrença e descrédito em relação a “Deus”; porém fica evidente que “Deus” é uma coisa, o que escreveram sobre ele é outra.