sábado, 4 de dezembro de 2010

PAIS AUSENTES, FILHOS DELINQUENTES

A escola está vazia, pois os alunos estão de férias. Após longos dias de reformas e manutenção, a escola está impecável. Limpeza, organização e gestão... Tudo brilha e cheira a novo. A biblioteca foi reformulada, atualizada e precisamente decorada com temas literários. A sala de informática também sofreu mudanças, para melhor. Os computadores de tela plana são mais modernos que os das Lan Houses da região. Duas salas foram equipadas com data show de última geração, pronto para serem usadas pelos alunos e professores.
Aparentemente o recurso que sai de nossos bolsos está sendo empregado quase que de forma correta em novos prédios escolares, manutenção de escolas, compra de livros, material didático, merenda escolar de qualidade, formação de professores capacitados etc e tal. Tudo isso para garantir a qualidade de ensino dos alunos, para que o maior estado brasileiro possa se tornar também o mais qualificado em diversos aspectos incluindo a educação.
Tudo brilha e cheira a novo na escola, boa parte dos professores foram avaliados, capacitados e estão em constante formação. A escola está melhor. O governo tem investido massivamente. Só têm um probleminha que atrapalha o bom andamento da escola, os alunos.
Os alunos odeiam a escola, odeiam os professores e certamente vale a recíproca. A escola seria o ambiente perfeito se não existissem os alunos. Semelhante as minhas habilidades futebolísticas. Para aqueles que não sabem, eu sou um craque no futebol, faço uma bela marcação, tenho um ótimo posicionamento dentro das quatro linhas. Meu condicionamento físico me permite correr tranquilamente os noventa minutos de uma partida. Só tem um probleminha, a bola. A bola me atrapalha, não tenho o domínio ideal e tão pouco sou um bom chutador. É possível jogar futebol sem bola? Vocês conhecem alguma escola no qual inexistam alunos?
Por vários motivos os alunos não gostam da escola, e há quem diga que a escola é muito chata. Mas por que a escola é chata? Por que os alunos odeiam a escola? Por que os nossos alunos perderam o interesse pela aprendizagem? Segundo o educador Rubem Alves:
"A escola é uma fábrica onde todos os alunos são submetidos a uma linha de montagem para que todos saiam absolutamente iguais e sem personalidade. Transformando-se em depósitos de conhecimentos e habilidades, tornando-se produtos apenas. Fica evidente que elas gostam da escola por causa da sociabilidade, dos amiguinhos, por causa do recreio. Mas elas não estão interessadas naquilo que se ensina na escola. Você acha que um adolescente, vivendo na periferia, pode ter interesse em dígrafos? Não tem interesse nenhum. Existe outra expressão terrível: grade curricular. Já brinquei que deve ter sido cunhada por um carcereiro."
Talvez isto justifique, parcialmente, o desinteresse pela escola.
Prova de que os alunos odeiam a escola é que bastou soar o sinal da Escola estadual Professora Mirna Loide Correia Ferle, no Bairro São João, em Mauá no último dia de aula, para os alunos se livrarem dos livros e cadernos que os acompanharam durante todo o ano letivo. A Avenida Barão de Mauá, onde o colégio está instalado, ficou tomada por folhas de papel e pedaços do material didático entregue aos estudantes pelo governo do Estado. Cenas de jovens atirando papel picado no chão e arremessando livros na direção de carros e colegas foram flagradas pelo jornal local, ontem, nos horários da saída de outras escolas da região.
"Acabou o ano, malandro. Agora só vai ter aula em fevereiro. Não quero mais saber de escola e nem de livro", disse um estudante de 14 anos, que se identificou como Alex, explicando porque atirou para o alto, minutos antes, um caderno de espiral.
“Só Jesus! Não consegui tirar o carro do estacionamento da escola, foi preciso chamar os garis para retirar as apostilas do portão da escola” disse o professor e pastor evangélico Gerald Josse da periferia de São Paulo.


Este fato não é um caso isolado. Em várias regiões do Estado de São Paulo acontece este tipo de vandalismo. Na realidade este acontecimento pouco me impressiona, visto que constantemente vejo algum aluno mandando o professor tomar no centro da circunferência anal. Coitadinhos dos aluninhos. São carentes, indefesos. Os professores são culpados, pois não são preparados para lidar com os conflitos em sala de aula, como afirmam os gurus da educação.
Estas apostilas jogadas no lixo refletem a qualidade de ensino nas escolas públicas e a maneira como são tratados os professores da rede pública de São Paulo. Estas mesmas apostilas já foram alvo de polêmicas em anos anteriores, o ex-governador José Serra determinou o recolhimento de 500 mil apostilas de geografia distribuídas com erros de informação para alunos de sexta série do ensino fundamental de todo o Estado de São Paulo. No caderno do aluno e do professor, o Paraguai aparece duas vezes no mapa da América do Sul: em posição invertida com o Uruguai e dentro do território da Bolívia. Porém, isso não é justificativa para tanta indisciplina. Fica evidente que não é somente o Estado o único culpado pelo desmazelo e falta de educação destes delinqüentes. Segundo a Constituição Federal de 1988, artigo 205. “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
O aluno traz para a aula os valores e atitudes que foi aprendendo até aquele momento em suas casas. A indisciplina certamente é um reflexo da ausência de condições para uma adequada educação familiar.
Nesse mundo capitalista em que vivemos restam pouco tempo para os pais educarem seus filhos. Porém, nada disso serve como desculpa para não exercermos como deveríamos nosso papel de pais. Já que o Estatuto da Criança e do Adolescente protege o menor delinqüente talvez a solução seja punir os pais ausentes.

sábado, 20 de novembro de 2010

A Hemorróidas de Ouro

Na sala dos professores, quando comentei sobre as “hemorróidas de ouro” pela primeira vez, alguém raiou:
__ Este homem está com o Diabo no corpo! Pra traz de mim, Satanás!
Pra trás de mim, quem? Eu, Satanás ou as Hemorróidas?
Duvidando de meus limitados conhecimentos teológicos correram alguns a pegar a bíblia e confirmar minha ignorância e blasfêmia.
Então disseram: Qual é a expiação da culpa que lhe havemos de enviar? E disseram: Segundo o número dos príncipes dos filisteus, cinco hemorróidas de ouro e cinco ratos de ouro; porquanto a praga é uma mesma sobre todos vós e sobre todos os vossos príncipes. (I Samuel 6:4)
Foi constatada a passagem bíblica. Na realidade, tratara-se de um sacrifício que os filisteus oferecem a Deus pela expiação da culpa, "cinco hemorróidas de ouro e cinco ratos de ouro."
“Vocês vão mandar fundir hemorróidas e ratos de ouro, e este será o presente para os israelitas e para o deus maluco deles. Cinco de cada um, representando os governadores filisteus. Porque a praga que atingiu o povo atingiu a eles também.”
Às vezes me pego a pensar: Como foram confeccionadas estas hemorróidas em ouro? Quão fértil e maléfica mente projetara tais castigos?
Pois bem, não fiz teologia no fundo da igreja, tão pouco me apego a repetir “frases prontas” recitadas como “mantras” por pastores, padres e outros líderes religiosos; entretanto admito me divertir-me com tal ignorância.
Entendo que os textos bíblicos devem ser interpretados no seu contexto e nunca isoladamente. Também sei que a análise do idioma original (hebraico, aramaico, grego comum) é importante para se captar o melhor sentido do termo ou as suas possíveis variantes. O caráter “alegórico”, muitas vezes fantástico, na verdade apresentam uma situação simbólica que geralmente é tratada ao “pé da letra” por religiosos simplórios que acabam ofendendo o intelecto.
Quem dera Deus ainda usasse estes castigos nos nossos políticos corruptos. Qual é a expiação da culpa que lhe havemos de enviar? Eu diria: Segundo o número dos políticos corruptos, cinco hemorróidas de ouro e cinco ratos de ouro; porquanto a praga é uma mesma sobre todos vós e sobre todos os vossos magistrados.
Poderíamos mobilizar manifestações populares como, por exemplo, uma espécie de “Hemorróidas já!” Ou até mesmo um movimento estudantil denominado “Hemorróidas Pintadas”. Voltaríamos à era do ouro.
Outrora o ouro brotava no leito dos rios, agora o ouro brotaria nos ilustríssimos “ânus” de nossos congressistas. Teríamos certamente uma nova “corrida do ouro”.
Poderíamos mobilizar manifestações populares.
Por falar em ouro, o pastor Givanildo de Souza da Igreja Mundial diz que enganou e distorceu a bíblia para arrecadar mais. O pastor mostra como usar trechos da Bíblia para aumentar a arrecadação. “Houve uma campanha feita em cima de Isaías 61:7, sobre a dupla honra. Aí surgiu a proposta de pedir 30% do salário da pessoa.” Esse versículo diz o seguinte: “Em lugar da vossa vergonha tereis dupla honra; (…) por isso na sua terra possuirão o dobro e terão perpétua alegria”. Segundo Givanildo, o fundador da igreja, Valdomiro Santiago e os pastores passaram a pregar que para obter a “dupla honra” era necessário “dobrar” o dízimo e dar mais 10% do salário como oferta. Total: 30%. O “trízimo” ficou conhecido como uma inovação introduzida pela igreja de Valdemiro.
Qual é a expiação da culpa que lhe havemos de enviar? Eu diria: Para obter a “dupla honra” é necessário “dobrar” as hemorróidas. Segundo o número de pastores safados e corruptos, dez hemorróidas de ouro e dez ratos de ouro; porquanto a praga é uma mesma sobre todos vós e sobre todos os vossos pregadores.

Políticos corruptos, pastores ladrões, padres pedófilos. Hemorróidas Já!
Brincadeiras a parte, fica evidente que uma interpretação ao “pé da letra” destes trechos pode suscitar a ira, descrença e descrédito em relação a Deus. Porém fica evidente que “Deus” é uma coisa, o que escreveram sobre ele é outra.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Aluno


Segundo Voltaire, o trabalho é, na maioria das vezes, o pai do prazer. Seria inocência acreditar que todos os trabalhadores concordam com esta afirmação, visto que, no mundo capitalista, nem sempre é possível conciliar prazer e trabalho.
No meu caso, há seis anos lecionando em escolas públicas e privadas, asseguro que Voltaire tinha razão em sua afirmação. Mesmo tendo consciência de que o Brasil é o país da educação fracassada, onde o professor vale menos do que pó de giz, consigo enxergar beleza nesta profissão. Isso ocorre pela ilustríssima presença do protagonista da educação, o “aluno”. O agente principal não poderia ser outro, pois sua presença justifica a existência deste grande teatro chamado “escola”.
A palavra aluno vem do latim “alumnus” e significa, dentre outras idéias: criança de peito, lactante, menino; e, daí: aluno, discípulo. É muito comum a palavra "aluno" aparecer com o significado de "não luz" ou "sem luz". Essa interpretação ocorre erroneamente pelo mau uso do prefixo “a”, que significa negação, e pelo elemento “lun”, da palavra latina “lúmen”, que significa luz. Com efeito, aluno teria um sentido pejorativo: "ausência de luz". Percebemos que se trata de um erro grosseiro, destituído de senso crítico e de espírito científico.
Mas o que é ser aluno no século XXI? Por que os nossos alunos perderam o interesse pela aprendizagem? A quem seria atribuída a "ausência de luz"?
O educador Rubens Alves compara a escola a uma fábrica onde todos os alunos são submetidos a uma linha de montagem para que todos saiam absolutamente iguais e sem personalidade. Transformando-se em depósitos de conhecimentos e habilidades, tornando-se produtos, apenas.
No livro Pinóquio às Avessas o autor apresenta uma parábola que traz uma releitura da estória de Pinóquio. Rubem Alves inverte a estória original, na qual o boneco de madeira começa a “virar gente” à medida que vai à escola. A partir do ponto de vista de um garotinho que nasceu de carne e osso e, ao receber o diploma da universidade, virou um boneco de pau, o autor dá outro sentido à estória, despertando pais e educadores para uma visão mais crítica sobre a educação.
O autor mostra que uma visão reducionista do processo educacional pode podar a criatividade e a curiosidade que caracterizam o comportamento de toda criança no início da vida escolar. Aponta as consequências de um sistema educacional equivocado: transformar crianças intelectualmente curiosas em seres autômatos e profissionais frustrados e sem iniciativa. Esta proposta de educação prioriza apenas o mercado de trabalho, o ensino conteudista e descontextualizado.
Sem significado para a criança, esse sistema garante apenas a profissionalização. Assegura o processo de alienação e transformação do aluno em adulto-profissional com sucesso, mas infeliz, por ter tido seus sonhos e desejos reprimidos.
Para justificar este modelo educacional o filósofo aponta que o sistema dos vestibulares no Brasil direciona o modelo das escolas. Veja este trecho de Rubem Alves:

“Se eu fizer os exames vestibulares, não passarei. E se o novo reitor da Unicamp fizer os vestibulares, não passará. Se o Ministro da Educação fizer os vestibulares, não passará. Se os professores das universidades fizerem os vestibulares, não passarão. Se os professores dos cursinhos que preparam os alunos para passar nos vestibulares fizerem os vestibulares, não passarão (cada professor só passará na disciplina em que é especialista…). Se aqueles que preparam as questões para os vestibulares fizerem os vestibulares, não passarão. Então me digam, por favor: por que é que os jovens adolescentes têm de passar no vestibular? Os vestibulares são um desperdício de tempo, de dinheiro, de vida e de inteligência. Passados os exames, a memória (inteligente) se encarrega de esquecer tudo. A memória não carrega peso inútil.” (Correio Popular, 2002)

O aluno deve obter conhecimento não apenas para ter na cabeça muitas informações que, na maioria dos casos, nunca vai utilizar. O conhecimento ideal é aquele que o transforma em um “cidadão do mundo”.
Às vezes penso quão difícil é ser aluno em uma escola ultrapassada e maçante. A escola não se reciclou, o professor interage pouco com os alunos, os conteúdos devem ser decorados, as matérias estão distantes da realidade. A oferta de conhecimento é cada vez maior e melhor fora da sala de aula, graças aos recursos tecnológicos, em especial, a Internet.
Segundo Morin (2007), “A educação tem que surpreender, cativar, conquistar os estudantes a todo momento. A educação precisa encantar, entusiasmar, seduzir, apontar possibilidades e realizar novos conhecimentos e práticas. O conhecimento se constrói a partir de constantes desafios, de atividades significativas, que excitem a curiosidade, a imaginação e a criatividade .”
Pior que interpretar erroneamente a palavra "aluno" com o significado de "sem luz" é apagar a chama do saber que cada aluno carrega dentro de si. Quando comecei a lecionar fui incumbido de ministrar conteúdos e lições aos alunos; no entanto hoje, sinto que quem recebeu “lições” fui eu.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Povo do Carrãozinho




Jardim Vila Carrão, carinhosamente chamado de carrãozinho pelos seus ilustríssimos moradores, é um excêntrico bairro da zona loste de São Paulo. Sua excentricidade não se dá pela ótima localização que não possui, tão pouco pelos palacetes belíssimos, casas bonitas e ricos jardins que também não existe. A localidade é excêntrica pelas suas ricas peculiaridades geográfica e principalmente pela presença de seus nobres moradores.
O nome carrãozinho faz alusão a João da Silva Carrão, o "Conselheiro Carrão”, um advogado, jornalista e ex-presidente da Província de São Paulo. Sei desta informação apenas por ter sido agraciado com o Título de Cidadão Honorário do Carrãozinho, visto que há mais de 25 anos estou inserido neste buraco.
Quando menciono “buraco” não estou a menosprezar este agraciado vilarejo, e sim informar mais uma particularidade. Quem vem de bairros vizinhos percebe que o carrãozinho situa-se em um buraco, uma espécie de cratera.
Sim, ilustríssimo leitor, é isto mesmo que você está pensando. Fazemos parte de um raro fenômeno que acontecera a vinte milhões de anos. As irmãs Souza (nativas da cratera) que sempre reclamaram dos barulhos dos “fogos de artifícios” lançados pela meninada da rua (meninos de 20 a 60 anos) não têm idéia que o fenômeno acontecido outrora é comparado à potência de dez bombas atômicas lançadas ao mesmo tempo em um único lugar. Nosso querido bairro surgiu com a queda de um meteorito em nossa crosta terrestre. Os moradores mais religiosos e poéticos afirmam que tratara de uma profecia, ou seja, o pichilinga, o mofento ou belzebu caiu justamente no Carrãozinho... Mas o orgulho levou Lúcifer a se rebelar contra Deus. Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!(Isaías 14:12)
A queda desse corpo celeste elevou a temperatura em torno de cinco mil graus Celsius e abriu um aconchegante buraco que viríamos a chamar “Jardim Vila Carrãozinho”. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) Fig.(1) ainda trabalham para comprovar os dados científicos e chegar, inclusive, à idade correta desse patrimônio natural paulistano.
Durante milhares de anos, o Carrãozinho ficou entregue à própria sorte e acabou sofrendo uma ocupação desordenada, o contrário do que ocorreu em países como Estados Unidos e Alemanha. Lá também há crateras, que são pontos turísticos. Os especialistas acreditam que o carrãozinho depois de ter sua origem comprovada também tem potencial para se transformar em ponto turístico sustentável e gerar desenvolvimento econômico.
Nosso buraco tem um diâmetro de quase 5,2 quilômetros. A profundidade chega a cerca de 150 metros. São quase 20 mil alegres habitações com luzes e cores que irradiam uma aura de doçura e de simplicidade na comunidade.
São mais de setenta mil agraciados que compõe o que as irmãs Souza chamam de “povo do carrãozinho”. Estes moradores consideram o carrãozinho o melhor lugar para se viver, afirma Maria Bastarda, do levantamento do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Associação “É Pequeno, Mas Vai Crescer”.
O nobre bairro será no ano que vem homenageado pela escola de samba “Unidos da Vila São Vicente”, que levará o lugarejo para o Anhembi. A escola da Vila São Vicente, na zona norte da capital, foi rebaixada do Grupo de Acesso “B” para o Grupo de Acesso “C”, e acredita que poderá retornar para a “terceira divisão” do carnaval em 2011. Por esta e outras, o Carrãozinho é o bairro mais feio e perigoso que você vai aprender a amar. Segundo Dona Adelicia de Carvalho, o Carrãozinho é como um pote de mel, você nunca conseguirá deixá-lo.
De fato, verificamos que existem pessoas que se mudaram do bairro, mas nunca conseguiram desvincular-se por completo, isto se dá pelas opções do agradável bairro. A famosa “Rua Vinte”, por exemplo, considerada o centro comercial do bairro, já foi comparada a Rua Oscar Freire, esta menos badalada, é claro. Segundo o morador Constancio Nascimento, A Rua Vinte é o ponto de encontro de gente antenada e de fãs da moda, gastronomia e arte. Enfim esta é a nossa “Oscar Freire”. Fala pausadamente entre um gole de cerveja e uma beliscada na porção de calabresa.
Os jornais locais destacam a rua como ponto de encontro de boêmios, músicos, escritores, à procura de restaurantes sofisticados e casas noturnas da região, porém todos acabam aderindo ao “Papo de Cachaça”, um boteco requintado onde é possível tomar uma Skoll por apenas R$ 2,80, ser levado pra casa (caso necessite) pelo “trans-bêbado” fig.(2) (moderno sistema de entrega a domicilio) e ser atendido por lindas garotas.
Além do atendimento diferenciado, nesta sofisticada rua corre-se o risco de apreciar a famosa “corrida de suínos”, haja vista que tem pequenos matadouros clandestinos na região. Faça as suas apostas.

Fig.(2)
Para Bruno Novais, freqüentador assíduo do boteco Papo de Cachaça, o único fator negativo da região é o acúmulo de fumaça provocada pelo pólo petroquímico da cidade vizinha (Mauá) que altera a atmosfera da cratera carrãozinhense e provoca estranhos comportamentos em seus moradores. Segundo o boêmio, as pessoas ficam “despirocadas”. A indústria emite partículas, gases e radiações que afetam a comunidade local prejudicando a saúde das pessoas e das plantas da redondeza. Recentemente a OMS (Organização Mundial de Saúde) revelou que o benzeno, substância encontrada na atmosfera carrãozinhese, é responsável pelo comportamento excêntrico e “despirocado” dos moradores. Um mero detalhe que não afeta a essência dos moradores.
Nosso querido bairro cosmopolita abriga todas as tribos e estilos, sendo assim é possível encontrar pessoas de todas as regiões do Brasil, exceto paulistano. Mesmo com estas ricas características os moradores afirmam que o lugarejo é muito feio. Ao perguntar aos moradores o porquê deles acharem muito feio nosso bairro percebi que as atitudes dos moradores contribuem para este fato. Dona Belarminda, por exemplo, apelidou a minha rua carinhosamente como “Rua da Bosta”, visto que os senhores cachorros não levam a bosta dos seus donos para casa.
As calçadas são esburacadas, os lixos escancarados, as obras inacabadas e o esgoto a céu aberto. A prefeitura raramente faz benfeitorias na região. Tudo é provisório, em construção, nunca acaba. E o “povo do carrãozinho” parece não se incomodar com esse “deixa pra depois”. Depois reclamam que o bairro é feio.
Os moradores reclamam que os comércios são horrorosos, as ruas não têm farol, os motoristas não respeitam as leis de trânsito. Segundo uma moradora (não quis se identificar com medo de vir a sofrer qualquer tipo de ameaça). Os jovens são mal educados e escutam músicas horrorosas em alta intensidade até altas horas da noite. Alem destes obstáculos as opções culturais na comunidade ficam restritas a igreja e boteco. Você vai à igreja ou vai ao boteco. Nas duas opções o cidadão terá que abrir a carteira.
Ao relatar tantas características positivas e negativas desta localidade, fica evidente que se trata de um bairro periférico como outro qualquer. Seria injustiça e preconceito afirmar que estas mazelas se restringem apenas ao “povo do Carrãozinho”.
Neste artigo, a Dona Belarminda, o Sr. Constancio Nascimento, entre outros, são personagens fictícios, e as características extravagantes do bairro nada mais é do que fruto da ociosidade e extravagância do escritor que apenas quer homenagear seu humilde bairro, porém o “povo do Carrãozinho” existe e representa todas as periferias deste país. É gente que luta, trabalha e paga impostos igual aos moradores dos bairros nobres.
Uma pesquisa realizada pela ONG Movimento Nossa São Paulo com dados oficiais, fornecidos pela fornecido pela Prefeitura de São Paulo, revela que enquanto bairros de classe média têm serviços de saúde, educação e cultura semelhantes aos de países desenvolvidos, bairros da periferia da capital apresentam total carência de serviços essenciais. O estudo conseguiu detectar que o volume de recursos que chega aos bairros ricos é em média quatro vezes maior que chega aos bairros periféricos. Além da desigualdade de investimentos, a pesquisa revelou a desvantagem dos bairros de periferia com relação a acesso a saúde, educação, esporte, cultura e lazer.
Sem investimento estes bairros abandonados por seus gestores, assim como o “Carrãozinho”, dificilmente sairão do buraco, e isto, infelizmente, não é ficção.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

FUNK OSTENTAÇÃO


Diferente do “funk carioca” com suas letras que fazem apologia a temas como sexo, drogas e violência, uma nova vertente (não menos pobre) do gênero, esta criada aqui em São Paulo. Com postura menos agressiva e passando a valorizar itens de consumo, principalmente artigos de luxo como carros importados e roupas de grife, nossa juventude “semi-analfabeta” ou “desprovida de inteligência” infesta as ruas da periferia da cidade com sua poluição sonora e de gosto duvidoso.
Preconceito?  Sem dúvida.



Ostentação em país pobre é no mínimo burrice e alienação, palavras que estes jovens funkeiros desconhecem, pois são alunos pífios que ajudam a corroborar com os baixos índices nas avaliações de língua portuguesa e matemática do ensino básico.Em parte não são culpados pela pobreza intelectual.
Somente uma juventude iletrada e não dada a “boas leituras” seria capaz apreciar a rima “bolsa Louis Vuitton com batom”, como na canção As Minas do Kit, do MC Nego Blue, um dos expoentes do “funk da ostentação”.  Segundo Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto de pesquisas Data Popular, o perfil consumista da nova vertente possuiu ligação estreita com o progresso econômico verificado no Brasil ao longo da última década. “Esse estilo musical celebra a ascensão social da classe C”, teoriza Renato Meirelles. Segundo a minha opinião, este estilo é fruto de uma Juventude estulta, estúpida, ignorante, imbecil, inepta etc.




O que leva um idiota fazer propaganda de uma marca sem obter retorno financeiro?
Algumas marcas já ameaçaram processar os músicos, pois alguns empresários não querem ligar suas grifes à classe C. Estudos mostram que 90 % dos donos de grandes marcas do Brasil querem vender para o público A.


Citações ou Pérolas compostas pelos “novos poetas” da Música Popular Brasileira. Poderia ser considerado um novo conceito filosófico da Pós Modernidade.
  “Vida é ter um Hyundai e uma Hornet 10 mil pra gastar,     Rolex e Juliet.”  MC  Danado no funk

“Olha como é que nos tá andando tipo patrão No bolso é só nota de cem E na conta mais de milhão Andando de carro importado” MC Buru


terça-feira, 7 de setembro de 2010

ILUSTRÍSSIMO PRESIDENTE MIDAS

O discurso do PT prega que todas as conquistas recentes do Brasil devem-se exclusivamente à sabedoria e ao carisma do Lula. Essa inocente postura ignora as enormes contribuições de Fernando Henrique Cardoso, o boom internacional das commodities nos últimos anos liberado pela China e outros fatores que contribuíram para o desenvolvimento do Brasil.
Não existe “toque de Midas ” no governo PT. Em 2003, quando Lula assumiu, o PT se queixava de que era o nono ano de governo FHC. Pois bem, eu afirmo que em 2010 se completam o 16º ano do governo Fernando Henrique Cardoso. A quadrilha do PT é cada vez mais social-democrata, porém com uma maior sutileza e habilidade para “maracutaia” e corrupção.
Na hipótese de uma vitória de Dilma corre-se o risco de elegermos, além de uma assassina, mais um corrupto, haja vista que o companheiro de chapa da terrorista se trata do suposto mensaleiro Michel Temer.
Falando em “inescrupulosos”, nossos presidenciáveis apostam na política da “continuidade” para 2011, o que era de se esperar, afinal, o nosso intocável presidente tem quase 80% de aprovação dos eleitores. Especialistas em economia avaliam que o próximo presidente será obrigado a fazer um ajuste fiscal para equilibrar as contas do país para continuar a promover crescimento econômico sustentável e as “organizações criminosas” que assolam o país.
Nós, pobres contribuintes, coadjuvantes, “figurantes” desta tragédia, somos protagonistas no que diz respeito a “pagar impostos” e continuaremos a ser violentados pelo Estado. Continuaremos a trabalhar quase cinco meses para financiar políticos corruptos. Temos que trabalhar duro, afinal cada senador custa mais de R$ 33 milhões por ano aos cofres públicos. Parece mentira, mas é verdade. Um levantamento da ONG Transparência Brasil sobre os orçamentos da União, dos Estados e Municípios revela que o Senado é a Casa legislativa que tem o orçamento mais confortável por legislador: são R$ 33,4 milhões para cada um dos 81 senadores.
Temos os políticos mais caros do mundo, deixamos os EUA, Alemanha e Japão “no chinelo”. Mesmo assim, nossos representantes sentem a necessidade de roubar. São parecidos com o Rei Midas, ridículo e ambicioso.
Por isto é que se prega a continuidade, o PSDB tem se mostrado um pífio opositor ao governo Lula. Nunca houve um governo tão corrupto na história deste país. A oposição se mostra vulnerável e sem argumentos. O “Zé do Povo” não ataca o atual governo e ainda faz “média” ao pousar na foto com o presidente Midas. Seria a chance do antipático Zé do Povo transformar-se em ouro?
Quiçá nosso excelentíssimo presidente recebera o “dom dos deuses”! Afinal transformar uma terrorista antipática, arrogante e incomunicável na mais provável futura presidente não é tarefa das mais fáceis. Dilma tinha pelo menos 20 pontos percentuais a menos que José Serra no início do ano; após cinco meses “Dilma Hussein” já beira os 51 pontos percentuais.
Neste caso, o “toque de Lula” foi mais eficiente do que o citado no mito grego. Nosso presidente usou o governo federal para promover a ex-ministra, justificado pelo fato de o presidente ser constantemente multado pela Justiça Eleitoral por propaganda eleitoral antecipada. Lula já recebeu quatro multas do TSE - é um indicativo claro de infração, principalmente com uso da imagem institucional da Presidência para promover a petista.
E nós, frágeis contribuintes, continuaremos a pagar impostos para financiar a educação, saúde e segurança dos nossos filhos e ainda assim se faz necessário pagar educação, saúde e segurança “privada” para que tenhamos o mínimo de qualidade, afinal alguém tem que trabalhar para financiar o toque de Midas e seus “aloprados de colarinho branco”.

domingo, 25 de julho de 2010

"Cala boca Sylvester Stallone"


"Cala boca Sylvester Stallone"

Após dar a declaração, o astro decadente se transformou no assunto mais comentado do Twitter. A frase "Cala boca Sylvester Stallone" é o tema de maior audiência no mundo da cultura inútil. Muitos Twitteiros fizeram nesta sexta-feira (23) uma adaptação do movimento “cala boca Galvao” para criticar o ator americano.

No velho estilo “bobão de ser”, Sylvester Stallone faz piadas de mau gosto sobre o Brasil.

"Gravar no Brasil foi bom, pois pudemos matar pessoas, explodir tudo e eles (os brasileiros) dizem obrigado. Obrigado, Obrigado e leve um macaco!", disse, imitando a voz de uma pessoa simplória.

Não quero comentar sobre a ingratidão das celebridades internacionais que visitam esta terra de “tupiniquins”, haja vista que Stallone está em decadência e sempre apresentou um grau de “idiotia”.

Quero salientar que o “velho decadente” desta vez tem razão. Nós, brasileiros somos sim um povo medíocre. Somos um povo alienado, temos baixíssimo nível cultural, somos baba-ovo de “celebridades gringas”. Não somos politizados, lemos pouco e lemos mal.

Apreciamos o culto desenfreado à futilidade. Apreciamos canais de televisão, emissoras de rádio, revistas, sites e blogs nos bombardeiam com futilidades. Como os veículos de comunicação dependem de dinheiro para sobreviver e como dinheiro provém de veiculações de publicidade que depende de audiência, então dá-lhe futilidades. Com tanta futilidade disponível, não nos resta tempo e atratividade para ler um bom livro. Sem ler um bom livro não conseguimos desenvolver nosso intelecto, e assim vai se formando um ciclo vicioso. Enquanto isso a vida vai passando, os problemas sociais, ambientais e políticos se agravando e nossa capacidade de melhorar o mundo, diminuindo.

Historicamente a hospitalidade brasileira tem causado muito desconforto. Há 500 anos foram os índios com os portugueses. Estes nos deram espelhos em troca de ouro, especiarias e trabalho árduo.

Stallone, o velho decadente, nos fez lembrar a herança maldita: Somos um povo doente e passivo. E como já dizia o cantor Renato Russo "Nos deram espelhos e vimos um povo doente. Tentei chorar e não consegui”


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Lúcifer e Satanás, Personagens Distintos e Mal Interpretados

Nitidamente percebe-se que o “senso comum”, isto é, o conjunto de crenças e preposições fundamentadas sem investigação detalhada, impera quando se trata de assuntos ligados a religiosidade. Em outras palavras “o religioso geralmente não sabe o que fala”.

Apesar de popularmente Lúcifer e Satã serem quase sinônimos, há diferenças primordiais entre eles e, por conseqüência, aos sistemas religiosos que os cercam. Lúcifer, por ser um anjo, é comumente retratado como um homem com asas e, por vezes, empunhando um cajado. O termo Lúcifer origina-se no latim “Lux” e significa "O portador da Luz".

A imagem de Lúcifer associada ao "demônio cristão" foi ocasionada por uma interpretação equivocada do livro de Isaías:

"Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo" (Isaías 14; 12).

Este trecho narra as intenções do rei da Babilônia que almejava tornar-se maior que Deus, mas São Jerônimo, que ao traduzir a Bíblia do grego para o latim no século IV, associou esta passagem com Lúcifer e à serpente tentadora, ou seja, a simbologia do diabo cristão.

A palavra Satanás origina-se no hebraico “Shai'tan” e significa "Adversário" podendo ser também uma variação do nome da divindade egípcia Set-hen. Satanás tem sua imagem associada ao homem com chifres e patas de cabra, muito semelhante ao deus Cornífero (Pã), divindade masculina e símbolo de fertilidade cultuada entre os pagãos. Cornífero tinha cifres em sua forma humanóide, e podia ter também a forma de um touro (ou algum animal forte e portador de chifres). Ele era um deus do panteão celta, considerado como protetor e senhor das florestas. Com o crescimento do cristianismo, os cristãos, outrora perseguidos, passaram a ser os perseguidores.

Para justificarem os seus preconceitos, começam a demonizar os deuses das antigas religiões pagãs. Pouco a pouco, o diabo passou a ser vinculado aos antigos deuses. O diabo, antes um ser sem forma definida, passa a ter uma forma física, a saber: pés de animal, asas de morcego, rabo de boi, garras afiadas, enormes dentes, olhos grandes e ameaçadores, chifres, e uma cor quase sempre avermelhada, amarronzada, ou enegrecida.

Portanto, a imagem do diabo foi elaborada a partir dos elementos representativos de vários deuses ditos pagãos, ou seja, o diabo enquanto ser mitológico cristão é um plagio de uma coleção de mitos, símbolos, e superstições dos povos da Antiguidade.

A Igreja Católica por acreditar ser a única de Cristo e para manter o controle econômico, poder e influência política queria que todos fizessem parte dela e decidiram fazer uma “mistura” dos deuses pagãos e de outras crenças (contrárias ao catolicismo) para criar um ser horrendo que as pessoas tivessem medo, isso por volta do século III. Daí criou-se a encarnação de Satanás e o inferno de fogo ardente. A igreja pregava que todos os que professavam uma fé diferente daquela habitaria no inferno para sempre sendo tentado por Satanás no inferno. Além de fiéis, ganhou muito, mas muito dinheiro sustentando essa mentira no decorrer dos séculos.

O Interessante é que o “Diabo” ainda é a ferramenta principal utilizado pelas igrejas evangélicas para arrecadar “dinheiro” na atualidade. Como surgiu a dualidade “Bem versus Mal”, deturpados pelas religiões e caça-níqueis, para providenciar um campo fértil de “nós versus eles” e permitir que agregassem melhor as ovelhas contribuintes. Se existe um deus “do bem”, se faz necessário inventar deuses “do mal” para servirem como opositores.

Particularmente entendo que ao longo da História, promoveu-se a falsa existência e de algo que nunca existiu chamado por vários nomes: LÚCIFER, SATANÁS, DIABO, BELZEBU, TINHOSO, CAPETA etc. Na verdade esta promoção já enriqueceu uma elite interesseira e esperta que sempre se aproveitou da “fé popular” sempre ignorante, mística e sedenta do saber sem estudos que lotam Igrejas Evangélicas para ver o show da fé, espetáculo do Diabo debaixo de câmeras e em rede Televisiva para encher o “bolso” dos pastores.

Satanás e as Religiões

A existência pessoal de Satanás nas religiões.

CATOLICISMO: No Concílio Vaticano II, há quatro décadas, o Diabo perdeu as feições físicas monstruosas que apavoravam os fiéis e passou a ser encarado como “a causa do mal”, cuja ação entre os homens é de natureza essencialmente moral.

EVANGELISMO: Para a maioria das denominações evangélicas, Satanás tem individualidade e atua como o grande inimigo do Evangelho de Jesus e seus seguidores. Os neopentecostais, que surgiram a partir da década de 70, superestimam os seus poderes e fazem do combate ao Demônio o foco de suas atividades. Segmentos modernizantes, como algumas igrejas batistas nos Estados Unidos e no Brasil, já admitem que o mal resida nas entranhas do homem e contestam a existência do Maligno.

JUDAÍSMO:
Não aceita a corporificação ao Diabo. O bem e o mal procederam ambos de impulsos humanos.

ISLAMISMO:
O Diabo na fé islâmica é individual e corporificado. O Demo tem praticamente as mesmas atribuições do seu sinistro similar na fé católica.

ESPIRITISMO:
A doutrina de Allan Kardec, popularizada no Brasil, não admite a existência do mal absoluto nem a sua individualização em Satanás. O mal, visto como uma contingência da experiência evolutiva e das vivências terrenas de cada indivíduo cede ao bem à medida que os espíritos se depuram através de sucessivas reencarnações.

BUDISMO:
Os budistas não personificam Deus e muito menos o Diabo, um conceito inexistente na doutrina religiosa do Budismo. O mal é resultado da mente inquieta ante a ilusão de eu e das formas do mundo material.

WICCA: Não acreditam nem adoram o que a igreja Cristã conhece como Diabo, Satã ou Demônio.

CANDOMBLÉ: Nas religiões de Matriz Africana os praticantes não acreditam no diabo, pois não há nessa cultura nenhuma divindade com o mesmo tipo de personalidade do diabo.

RELIGIÕES ORIENTAIS: O mundo é um campo de batalha entre as forças do bem e do mal. Não aceita a corporificação ao Diabo.

Por Jeferson Albrecht .'.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

sábado, 17 de abril de 2010

A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

A bíblia sagrada é o texto religioso central do judaísmo e do cristianismo. O livro é o resultado de longa experiência religiosa do povo de Israel. É o registro de várias pessoas, em diversos lugares, em contextos diversos. Acredita-se que foram escritas ao longo de um período de 1.600 anos por cerca de dezenas de homens das mais diversas profissões, origens culturais e classes sociais.

Para ler a bíblia adequadamente é necessário um grau de discernimento, conhecimento e principalmente se abster do pensamento “dogmático”, ou seja, se abster das “verdades absolutas”, logo é preciso tomar alguns cuidados:

O texto deve ser interpretado no seu contexto e nunca isoladamente. Deve-se buscar a intenção do escritor, e não interpretar a intenção do autor. A análise do idioma original (hebraico, aramaico, grego comum) é importante para se captar o melhor sentido do termo ou as suas possíveis variantes.

Outro fato de relevante é o caráter “alegórico” que os textos bíblicos apresentam. Muitas passagens fantásticas na verdade apresentam uma situação simbólica que se for tratado ao “pé da letra” poderá ofender o intelecto.

Caso não tome estes cuidados, a leitura pode trazer má interpretação e influenciar o religioso de maneira negativa e vexatória. Segue abaixo algumas passagens que podem criar problemas ao praticar uma leitura literal, descontextualizada e inadequada. Ao ler estas passagens de maneira inadequada o leitor poderia levantar os seguintes questionamentos:

Deus apóia a escravidão? Deus é um ser machista, injusto e tirano?

A Bíblia acerca da escravidão

"Escravos, obedecei em tudo aos vossos senhores terrenos, não só sob o seu olhar, como se os servísseis para agradar aos homens, mas com simplicidade de coração, por temor de Deus". Colossenses 3:22

“Todos os escravos devem considerar os seus senhores dignos de toda a honra, para que não se fale mal do nome de Deus. I Timóteo 6:1


“Escravos, obedeçam aos vossos senhores.” Efésios 6:5

“Os escravos devem estar submissos em tudo aos senhores. Que lhes sejam agradáveis, não os contradigam, não roubem.” Tito 2:9-10

"Se alguém ferir seu escravo ou sua escrava com um bastão e morrer sob suas mãos, seja punido severamente, mas se sobreviver um ou dois dias, não seja punido, porque é seu dinheiro" Êxodo 21:20-21

A Bíblia sobre as mulheres

“Deus disse à mulher: "Multiplicarei grandemente os teus sofrimentos e a tua gravidez; darás à luz teus filhos entre dores; contudo, sentir-te-ás atraída para o teu marido, e ele te dominará". Gênesis 3:16

“Se uma mulher der à luz um menino ela ficará impura por sete dias. Mas se nascer uma menina, então ficará impura por duas semanas. Levítico12:2-8

"Mulheres, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor"
- Colossenses 3:18

“As mulheres tem de ser submissas aos vossos maridos.” I Pedro 3:1

“Os maridos devem permitir que as suas mulheres, que são de um sexo mais frágil, possam orar. I Pedro 3:7

“A cabeça do homem é Cristo, a cabeça da mulher é o homem e a cabeça de Cristo é Deus.” I Coríntios 11:3

“O homem não foi criado para a mulher, mas a mulher para o homem.”
- I Coríntios 11:9

“As mulheres devem ficar caladas nas assembléias de todas as igrejas dos santos, pois devem estar submissas, como diz a lei.” I Coríntios 14:34

“Se a mulher trair o seu marido, ela será feita em objeto de maldição pelo Senhor, sua coxa irá descair e seu ventre inchará.” Números 5:20-27

“Se uma jovem é dada por esposa a um homem e este descobre que ela não é virgem, então será levada para a entrada da casa de seu pai e a apedrejarão até a morte. Haja pedra! Deuteronômio 22:20-21

melhor alojar-se num canto do terraço, do que com mulher rixenta em casa espaçosa". Provérbios 25:24

“Que a mulher aprenda em silêncio, com total submissão. A mulher não poderá ensinar nem dominar o homem.” I Timóteo 2:11-12

“O marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja. Do mesmo modo que a igreja é submissa a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo aos maridos.” - Efésios 5:22-24

Atrocidades e Absurdos na Bíblia

"E, se o Senhor, teu Deus, a entregar nas tuas mãos, passarás a fio de espada todos os seus varões. As mulheres, porém, as crianças, o gado e tudo o que houver na cidade, todos os seus despojos, os tomarás para ti, e desfrutarás da presa dos teus inimigos, que o Senhor, teu Deus, te houver entregue". Deuteronômio 20:13-14

"E comerás um biscoito de cevada, a qual cozerás, à vista deles, com excrementos humanos." Ezequiel 4:12

"Bravo o que tomar os seus filhinhos e os esmagar contra uma pedra!"
- Salmos 137:9

"Não deixarás viver nenhuma feiticeira."
- Êxodo 22:17

[Moisés para os seus soldados:] "Agora, pois, matai todos os varões de entre as crianças e toda a mulher que tenha tido relações com homem; mas conservai com vida, para vós, todas as donzelas que não tenham conhecido varão." Números 31:17-18

"Aos que crerem acompanhá-los-ão estes milagres: em meu nome expulsarão demônios, falarão novas línguas, pegarão em serpentes e, se beberem algum veneno mortífero, não lhes fará mal, imporão as mãos aos doentes, e eles recobrarão a saúde." Marcos 16:17-18

"Não cortareis o cabelo em redondo, nem rapareis os cantos da barba. Não fareis incisões no corpo em sinal de luto, nem usareis tatuagem alguma no corpo. Eu sou o Senhor." Levítico 19:27-28

"Eis que vos quebrantarei o braço e atirar-vos-ei ao rosto as fezes das vítimas que vos imolai nas solenidades, e sereis lançados fora com elas."
- Malaquias 2:3

"Respondeu-me ele: Vê, concedo-te esterco de boi em lugar de excrementos humanos, e cozerás sobre ele o teu pão." Ezequiel 4:15

"Mas o copeiro-mór respondeu: Porventura foi ao teu amo e a ti que meu senhor me enviou para dizer estas coisas? Não foi antes aos homens que estão sobre as muralhas e que, como vós, terão de comer os próprios excrementos e beber a própria urina?”Isaías 36:12

Uma interpretação ao “pé da letra” destes trechos pode suscitar a ira, descrença e descrédito em relação a “Deus”, porém fica evidente que “Deus” é uma coisa, o que escreveram sobre ele é outra”.